Política – O senador Plínio Valério (PSDB-AM) criticou duramente, nesta terça-feira, o desmatamento de 13 quilômetros de floresta virgem para a construção da chamada “Avenida da Liberdade”, projetada para receber os ativistas que participarão da COP 30, em Belém do Pará. Ele questionou o silêncio dos ambientalistas e, principalmente, da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que, enquanto se posiciona contra a pavimentação da BR-319 uma obra que não exigiria a derrubada de uma única árvore, ignora o impacto ambiental causado pelo projeto na Amazônia.
Plínio Valério
“Enquanto em Belém estão destruindo milhares de árvores para uma estrada, a recuperação da BR-319, que é essencial para o nosso estado, não derrubaria uma árvore sequer. Mas Marina, o Ibama e o ICMBio não permitem”, destacou Plínio Valério.
Em seu discurso, o senador criticou o paradoxo de permitir a destruição da floresta para um evento sobre mudanças climáticas, enquanto se bloqueia a recuperação de uma estrada crucial para a população do Amazonas. “Destruir uma floresta para que os ricos venham discutir o clima, pode; asfaltar uma estrada que é nossa redenção, não pode. Mas haverá um dia em que isso será possível, e estarei aqui para continuar essa luta no Senado”, afirmou Plínio.
O senador Plínio Valério também ironizou a incoerência do evento. “Construir uma estrada de quatro pistas em uma área protegida da Amazônia para uma conferência sobre o clima é como organizar uma reunião de alcoólicos Anônimos com distribuição gratuita de bebidas. É um absurdo! Eles vão discutir mudanças climáticas enquanto derrubam 13 quilômetros de floresta virgem. Esse evento, previsto para novembro, reunirá 50 mil pessoas e resultará na destruição de dezenas de milhares de hectares de floresta”, denunciou.
Plínio também relatou que, enquanto escavadeiras e máquinas abrem caminho pelo solo da floresta para pavimentar a estrada, milhares de toras de madeira estão sendo empilhadas nas áreas desmatadas. “A ironia é que estamos há seis anos e dois meses defendendo a recuperação da BR-319, que é vital para os amazonenses. E agora, eles dizem que a ‘Avenida da Liberdade’ é para beneficiar a comunidade. Mas quem impede a construção dessa estrada são o Ministério do Meio Ambiente, o ICMBio, a Funai, o Ibama e uma série de ONGs criadas para dificultar nosso progresso, inventando falácias e até ‘estudos científicos’”, protestou.
O senador Marcos Rogério (UB-RO), presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado, também se manifestou em apoio à causa de Plínio. Ele criticou a decisão política de deixar o Amazonas, e especialmente Manaus, em isolamento terrestre devido à falta de acesso adequado. “Não fazer a BR-319 é uma escolha política. Deixar o Amazonas isolado é uma escolha política. Não podemos aceitar que isso seja tratado como um entrave técnico ou ambiental”, afirmou Marcos Rogério.
Senador Plínio Valério
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