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O Beiradão que Salvou uma Vida: O Poder da Música na Jornada de Raquel Rodrigues

Beiradão

O Beiradão que Salvou uma Vida: O Poder da Música na Jornada de Raquel Rodrigues

A música tem um poder transformador e, para Raquel Rodrigues Amaral, de 39 anos, esse poder foi essencial em um dos momentos mais difíceis de sua vida. Natural de Parintins, no interior do Amazonas, e atualmente moradora de Manaus, Raquel enfrentou um período sombrio marcado por depressão e ansiedade. No entanto, foi através do Beiradão, gênero musical típico da região Norte, que ela encontrou um novo sentido para viver.

“Eu sentia a presença constante da tristeza, pessimismo e baixa autoestima. Meu humor oscilava muito, e tudo isso resultava em uma crise existencial que me fazia pensar em desistir”, compartilhou Raquel. Em meio à sua luta interna, ela buscava conforto na fé, mas foi um acaso digital que mudou sua trajetória.

Enquanto navegava em seu celular assistindo a vídeos de música gospel e mensagens motivacionais, um vídeo inesperado chamou sua atenção. A primeira frase da canção dizia: “Vento que bate no açaizeiro os teus cabelos, vento que bate na canarana teu amor encanta”. Essa letra simples, mas profundamente conectada à sua identidade ribeirinha, resgatou memórias felizes de sua infância, quando viajava de barco sentindo o vento e ouvindo o som do motor.

A melodia e a poesia da música tocaram sua alma de uma forma inexplicável, proporcionando uma sensação de alegria genuína. Curiosa para saber mais sobre a canção, Raquel descobriu que a obra se chamava “Romance de Mato” e era interpretada por Hadail, um dos grandes nomes do Beiradão no Amazonas. Ao se aprofundar no repertório do cantor, percebeu que essa nem era sua música de maior sucesso, mas ainda assim, foi a que transformou sua vida.

“Passei a seguir Hadail e acompanhar sua agenda de shows, entrevistas e participações na TV. Me tornei fã não apenas pela sua obra musical, mas pelo seu compromisso com a cultura do Beiradão”, disse Raquel.

O grande momento chegou quando a Secretaria de Cultura do Estado do Amazonas anunciou o evento “Beiradão Natalino” na Praça da Polícia. Era a oportunidade perfeita para finalmente conhecer o artista que tanto a inspirou. “Eu estava nervosa, minhas pernas tremiam, mas a energia de Hadail era incrível. Ele tem uma luz inexplicável e sua humildade é notável”, relembra emocionada.

Raquel teve a chance de compartilhar sua história com Hadail, expressando a importância de sua música em sua recuperação. “Eu disse a ele que sua canção salvou minha vida, e ele ficou visivelmente emocionado”, conta. Desde então, os dois criaram um vínculo de amizade e ela se tornou uma fã ainda mais fervorosa.

Essa história é a prova de que a música vai muito além do entretenimento. Ela tem o poder de curar, conectar e transformar vidas. O Beiradão, com sua identidade forte e raízes profundas, continua ecoando nas margens dos rios amazônicos e nos corações de quem se identifica com sua poesia e ritmo. Para Raquel, o Beiradão foi muito mais do que um estilo musical – foi um sopro de esperança e renovação.

Romance de Mato

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