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Viúva do sargento Lucas reage à decisão judicial que isenta mandantes do Caso Vitoria

Viúva do sargento Lucas reage à decisão judicial que isenta mandantes do Caso Vitoria

A médica Elza Gonçalves, viúva do sargento do Exército Lucas Ramon Guimarães, assassinato em setembro de 2021, reagiu com indignação à recente decisão da Justiça do Amazonas de não levar a julgamento Joabson Agostinho Gomes, dono da rede de supermercados Vitória, apontado como mandante do crime. A decisão também excluiu outros seis acusados no caso, que ficou conhecido como “Caso Vitória”, em Manaus.

A decisão, assinada pelo juiz Fábio Lopes Alfaia, foi tomada na quarta-feira (26) com base na alegação de falta de provas suficientes. A única pessoa pronunciada foi Silas Ferreira da Silva, apontado como autor dos disparos que mataram Lucas, que será julgado por homicídio qualificado. O Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) anunciou que recorrerá da decisão.

Indignação e Protesto nas Redes Sociais

Em pronunciamento nas redes sociais, Elza expressou seu desespero e revolta. “Não consigo acreditar que ele teve coragem de fazer isso. Sabemos as razões por trás dessa decisão, e hoje resolvi fazer esse desabafo para denunciar a injustiça que vivemos no Brasil, que se agravou em Manaus. Quero que todos saibam o que está acontecendo e se indignem comigo”, afirmou a viúva.

Elza também criticou a alegação da Justiça de que não havia provas suficientes contra Joabson. “Um juiz que conhece a índole da minha família, que impronunciou o processo contra o pai dos meus filhos. Não há dúvida alguma de que ele (Joabson) foi o responsável pela morte do Lucas”, destacou.

Outros Acusados Impronunciados

Além de Joabson, outros envolvidos também foram impronunciados. A decisão judicial excluiu da acusação:

  • Romário Vinente Bentes, gerente dos supermercados Vitória de Joabson;
  • Kamylla Tavares da Silva, que teria facilitado o contato entre Romário e Silas;
  • Kayandra Pereira de Castro e Kayanne Castro Pinheiro, também acusadas de envolvimento na comunicação com Silas.

A decisão ainda revogou as medidas cautelares e assecuratórias que haviam sido impostas a esses cinco acusados, anulando as restrições que visavam garantir que bens ou direitos não fossem alterados ou ocultados durante o processo judicial.

Motivação do Crime

Lucas Guimarães, de 29 anos, foi morto a tiros no dia 1º de setembro de 2021, enquanto fechava a cafeteria que administrava na Zona Sul de Manaus. As investigações da Polícia Civil apontaram que o crime teve motivação passional. Joabson Agostinho Gomes, ao descobrir, ao vasculhar o celular de sua esposa, Jordana Freire, que ela mantinha um relacionamento extraconjugal com Lucas desde dezembro de 2020, decidiu contratar um assassino para matar o sargento.

Após a descoberta do romance, Jordana foi vítima de violência doméstica por parte de Joabson. Com o consentimento da esposa, Joabson contratou Silas Ferreira da Silva para executar o crime.

Reviravoltas no Caso

O casal foi preso logo após o crime e permaneceu detido até novembro de 2021, quando obteve Habeas Corpus do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que revogou a prisão temporária. Em fevereiro de 2022, ambos foram presos novamente, em uma operação da Polícia Civil relacionada ao caso, mas foram libertados em 19 de fevereiro pela Justiça.

Em janeiro de 2024, o Tribunal de Justiça do Amazonas rejeitou a denúncia do Ministério Público contra Jordana Azevedo Freire, que segue respondendo ao processo em liberdade.

O caso continua a gerar repercussão e indignação, com a viúva Elza Gonçalves mantendo sua luta por justiça.

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